Op 29 november jongstleden publiceerde de Renap (Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares) een verklaring waarin zij hun steun uitspreken voor de strijd van Braziliaanse inheemse volkeren en quilombos (gemeenschappen van in het verleden weggelopen slaven) voor hun grondwettelijke recht op land en waardigheid. De advocaten spreken zich uit voor een versnelde demarcatie van inheemse en quilombola-gebieden. Daarbij verwerpt zij de pogingen van conservatieve landeigenaren om door middel van parlementaire onderzoekscommissies belangenorganisaties als het CIMI (Conselho Indigenista Missionário) of overheidsorganen als FUNAI en INCRA inheemse activisten en hen ondersteunende ngo's in een crimineel daglicht te stellen.
Moção de apoio à luta dos povos indígenas e quilombolas pela efetivação de seus direitos constitucionais à terra e à dignidade
Nós,
advogadas e advogados populares organizados na Rede Nacional de
Advogadas e Advogados populares – RENAP, reunidos em Luziânia GO entre
os dias 25 a 29 de novembro de 2015 para celebrar os 20 anos de
existência e resistência da Rede, manifestamos nosso compromisso com a
luta dos povos indígenas e das populações quilombolas no Brasil pela
efetivação de seus direitos constitucionais.
Entendemos,
apoiamos e exigimos a realização urgente das demarcações de terras
indígenas, obrigação do Estado brasileiro inscrita na Constituição
Federal, para que os povos indígenas possam exercitar o Bem Viver e
reproduzir seus usos, costumes e tradições. Da mesma forma, exigimos que
os territórios das comunidades remanescentes de quilombo sejam
demarcadas e respeitadas.
Repudiamos
a iniciativa da bancada ruralista no Legislativo federal em criar a CPI
da Funai, bem como repudiamos a já instalada CPI do Cimi – Conselho
Indigenista Missionário, pela Assembleia Legislativa do Mato Grosso do
Sul cujo objetivo comum é desqualificar a realização da demarcação das
terras indígenas, criminalizar indígenas e seus apoiadores – como vem
ocorrendo com advogados populares indigenistas – no intuito de
inviabilizar o exercício dos direitos originários pelos povos indígenas.
Repudiamos
a iniciativa das mesmas forças ruralistas em criar a CPI do Incra, que
tem o intuito de obstar o trabalho do órgão na realização da reforma
agrária, efetivando por meio dela a dignidade das famílias trabalhadoras
rurais em todo o país.
Repudiamos
a PEC 215/00 que pretende transferir a demarcação das terras indígenas
do âmbito do Executivo para o Congresso nacional, desarquivada na atual
legislatura, cuja tramitação vem sendo acompanhada diariamente pelos
povos indígenas e seus apoiadores e que pretende retirar o direito aos
territórios indígenas quilombolas em detrimento dos interesses do
agronegócio, de madeireiras, de empreiteiras que financiam políticos e
permite a exploração hidrelétrica etc.
Repudiamos
a pressão de setores conservadores sobre o Supremo Tribunal Federal
para a adoção do conceito inconstitucional do chamado “marco temporal”
que desconsidera o histórico esbulho perpetrado contra as terras
indígenas e o animus de pertencimento e permanência das comunidades
indígenas. Fruto dessa espúria pressão, a Segunda Turma do STF vem
anulando Portarias e Decretos homologatórios de terras tradicionalmente
ocupadas pelos povos indígenas.
Repudiamos,
ainda, a inércia da Funai em finalizar os processos administrativos de
demarcação das terras indígenas, mantendo comunidades em beira de
estrada expostas à violência quotidiana de seus detratores e privando-as
de uma vida digna. Repudiamos também o subterfúgio utilizado pelo
Ministério da Justiça em “dialogar” ou “negociar” direitos indígenas
sobre suas terras, que são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos
sobre elas, imprescritíveis.
Luziânia, 29 de novembro de 2015.
Geen opmerkingen:
Een reactie posten